Desde os estudos de mídia e infraestrutura midiática, a nuvem é apontada como uma metáfora elaborada pelo departamento de Marketing de corporações de tecnologia para se referir ao serviço ofertado aos usuários de Internet (mesmo que esses não estejam conscientes disso) de armazenamento de dados de acesso ubiquamente, em serviços como Netflix, Google Drive, Dropbox, iCloud, Facebook, etc.
Para os estudiosos do tema, o termo é uma abstração que sustenta um vão na percepção pública da Internet sobre a realidade física e infraestrutural do armazenamento de dados. Ao se utilizar o Dropbox para armazenar dados na nuvem, implica-se em uma geografia que marca uma crescente dependência sobre redes de cabos submarinos e data centers sedentos por consumir energia.
"Aparentemente efêmeras e naturais - necessidades da vida que são benignas - as nuvens trazem a chuva e vão embora. Nada poderia estar mais distante da verdade quando se trata de fazenda de servidores e data centers sedentos por energia e inocentados por essa perversa figura de linguagem" (MILLER, 2015, P. 143).
Referências
HOLT, Jennifer. VONDERAU, Patrick. Where the internet lives? Data centers as cloud infrastructure. In: PARKS, Lisa. STAROSIELSKI, Nicole. (ed). Signal Traffic: Critical Studies of Media Infrastructures. University of Illinois Press. 2016.
MILLER, Toby. The Art of Waste: Contemporary Culture and Unsustainable Energy Use. in: Signal Traffic: Critical Studies of Media Infrastructure. Lisa Parks & Nicole Starosielski (ED.). University of Illinois Press. 2016.
HU, Tung-hui. A prehistory of the cloud. Cambridge. MIT Press. 2015.
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