Donna Haraway, bióloga e filósofa norte-americana, propõe o termo Capitalosceno como uma forma de aprofundamento crítico em torno das discussões que circundam o Antropoceno. Para ela, não foi a “espécie Homem” que ensejou uma nova era geológica e o uso generalizado do “Antropo” dá cena para o mesmo Homem que, na imagem de seu Deus, protagonizou há alguns séculos uma desastrosa aventura fálica de modernização e humanização.
Para Haraway, não foi nem a categoria humana generalizada nem um determinismo tecnológico que determinou o contexto de uma nova era geológica. Essa Era deve ser compreendida mais a partir da transformações envolvendo o mercado e o modelamento do mundo a partir de mercadorias desde os séculos dezesseis e dezessete até o presente, levando em consideração as redes de exploração de açúcar, metais preciosos, plantações, genocídios indígenas, escravidão, deslocamento de pessoas e plantas, devastação de florestas e extração violenta de metais da Terra.
Referências: Donna Haraway em Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: Making Kin
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